Na maioria dos indivíduos, é possível induzi-la com métodos e técnicas diversos. Quando um hipnotizador induz um transe hipnótico, estabelece uma relação ou comunicação muito estreita com o hipnotizado. Isso, de facto, é essencial para o sucesso da hipnose. Hipnose muitas vezes é empregada em tratamentos médicos e/ou psiquiátricos. Quando em uso médico sendo o paciente submetido à hipnose, para o desejado fim terapeútico fala-se apropriadamente em hipnose terapêutica (hipnoterapia).
Se é o terapeuta que se acha em estado ou transe hipnótico (usualmente auto-induzido, com quanto possa ser também alter-induzido) e, nesse estado hipnótico, prescreve tratamento para a cura de doenças ao paciente em estado não-hipnótico, emprega-se o termo hipniatria, sendo que o terapeuta, neste caso, passa a ser chamado de hipniatra.
Contudo, a maioria dos médicos psiquiatras ainda acredita que as doenças psiquiátricas fundamentais tem um melhor tratamento e, portanto, a chave do sucesso ou cura, com o paciente em estado de consciência normal (desperto ou de vigília).
Em Anestesiologia o termo hipnose pode referir-se ao estado de inconsciência temporário induzido pela administração de fármacos específicos, segundo a concepção original do termo, embora seja uso inapropriado do termo.
Algumas vezes, usa-se hipnose apenas com propósitos de apresentação circense ou assemelhada, conhecida como "hipnose de palco". Ao contrário do que algumas pessoas ignorantes pensam, muito raramente há charlatanismo, pois tal seria mais difícil de realizar que o show honesto. É frequentemente referido na literatura especializada, a não ser possível o seu uso com propósitos antiéticos, visando obter de alguém (hipnotizado) alguma vantagem ou subserviência para fins escusos. Nesse ponto todos os hipnologos estão de acordo, pelo que já nem é tema de discussão técnica. Actualmente a versão mais moderna e abrangente da Hipnose é a Escola da Hipnose Ericksoniana também é conhecida como Hipnose Moderna, pelo motivo de utilização do método conversacional ou simplesmente o uso coloquial das palavras.
Em uma conversa tradicional ou em um contar de histórias, a pessoa é levada a um estado alterado de consciência, facilitando o entendimento, o processamento e interacção inconscientes.
James Braid (1795-1860), iniciou a hipnose científica. Cunhou, em 1842, o termo hipnotismo (do grego hipnos = sono), para significar o procedimento de indução ao estado hipnótico. Hipnose, hipnotismo, ficou logo claro, eram termos inadequados (não se dorme durante o processo). O uso, porém, já os havia consagrado e não mais se conseguiu modificá-los, remanescendo até a actualidade.
James Esdaile (1808-1868), utilizou, como cirurgião, a anestesia hipnótica (hipnoanalgesia) para realizar aproximadamente 3.000 (três mil) cirurgias sem a necessidade de anestésicos químicos. Nestas estão incluídas até mesmo extracção de apêndice entre outros procedimentos de grande vulto. Todas as cirurgias estão devidamente catalogadas. Talvez o método de Esdaile não tenha tido maior projecção científica porque, à mesma época, foram descobertos os anestésicos químicos (éter, clorofórmio e óxido nitroso) que passaram a fazer parte dos procedimentos médicos da nobreza europeia. Curioso é saber que os anestésicos químicos mataram muito mais pessoas que se imagina, dada à ignorância das reacções ao procedimento. Tal nunca ocorreu com a hipnose.
Anatol Milechnin (1916-1986), nascido na Ucrânia, foi uma das pessoas mais elogiadas por Milton Erickson pelo excelente trabalho publicado em 1967: "Hypnosys", trabalho este premiado pela "Real Sociedade Britânica de Hipnose Terapêutica". Milechnin dizia que a hipnose é um estado emocional intensificado.
Galina Solovey, esposa de Milechnin, foi considerada a maior representante feminina da hipnose terapêutica no mundo. Autora do magnífico livro "A hipnose de hoje", publicação premiada pela "Real Sociedade Britânica de Hipnose Terapêutica".
Paulo Paixão, juntamente com Irmão Vitrício, é o maior divulgador da hipnose no Brasil especialmente a técnica da letargia, autor de diversos livros que fala sobre o assunto, traduzidos para diversos idiomas. Paulo Paixão é também uma figura presente em uma boa parte da literatura séria sobre hipnose em todo o mundo. Conheceu pessoalmente todos os grandes nomes da hipnose da segunda metade do século XX, como Galina Solovey, Anatol Milechnin, e o próprio Milton Erickson (de quem foi correspondente). Actualmente ensina a médicos, dentistas, terapeutas e psicólogos o bom uso das técnicas de hipnose.
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